Mãe Bernadete

Maria Bernadete Pacífico era uma ialorixá, ativista e líder quilombola brasileira, que foi assassinada na noite de quinta-feira (17/8/2023) em Simões Filho, na Bahia. Ela era coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos e líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, uma comunidade negra rural que luta pelos seus direitos territoriais e culturais. Ela foi feita de refém e executada a tiros por homens armados que invadiram seu terreiro. Seu assassinato gerou indignação e repúdio de diversas personalidades e instituições que defendem os direitos humanos e a liberdade religiosa. Ela foi homenageada por Silvio Almeida, um jurista e professor que destacou sua luta contra o racismo e a violência. Ela era conhecida como Mãe Bernadete

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Segundo a Wikipédia1, Maria Bernadete Pacífico nasceu em 1951 e se tornou uma ialorixá, sacerdotisa do candomblé, no terreiro Ilê Axé Oyá Bagan, em Salvador. Ela se mudou para Simões Filho em 1986 e fundou o Quilombo Pitanga dos Palmares, onde acolheu cerca de 300 famílias de descendentes de escravos. Ela também foi coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), uma entidade que representa os quilombos do Brasil e luta pela titulação das terras e pela preservação da cultura afro-brasileira. Ela era uma referência na defesa dos direitos humanos, da justiça social e ambiental, da liberdade religiosa e do combate ao racismo. Ela deixou quatro filhos e 12 netos.

Ela tinha uma grande importância na sociedade, pois era uma líder quilombola que defendia os direitos das          comunidades negras rurais, a cultura afro-brasileira, a liberdade religiosa e a justiça social e ambiental. Ela era coordenadora nacional da Conaq, uma entidade que representa os quilombos do Brasil e que luta pela titulação das terras e pela preservação da memória e da identidade quilombola. Ela também era ialorixá, uma sacerdotisa do candomblé, que mantinha vivo o legado ancestral dos seus antepassados. Ela era mãe de Binho do Quilombo, outro líder quilombola que foi assassinado em 2017. Ela foi reconhecida e homenageada por diversas personalidades e instituições que valorizam a sua luta contra o racismo e a violência

O filho dela, Binho do Quilombo, foi morto em 2017, após ser baleado com vários tiros dentro do quilombo. Ele era o líder do quilombo na época e teria bloqueado um empreendimento milionário que pretendia se instalar na área. O crime segue sem solução até hoje. A morte dele afetou muito a mãe Bernadete, que continuou a luta pela titulação das terras e pela proteção dos quilombolas. Ela chegou a dizer que tinha medo de morrer como o filho.

Ela foi morta a tiros na noite de quinta-feira (17/08), na casa ao lado do terreiro de candomblé que ela comandava em Simões Filho, na Bahia. Ela estava com três netos no momento do crime, que conseguiram fugir. Ela era uma das lideranças do Quilombo Pitanga dos Palmares e estava sob proteção da Polícia Militar há pelo menos dois anos, por causa de ameaças que sofria. A motivação e a autoria do assassinato ainda são desconhecidas. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil e pela Polícia Federal.

Ela vai fazer falta porque era uma liderança quilombola respeitada e admirada, que defendia os direitos e a cultura dos povos tradicionais. Ela também era uma ialorixá, que cuidava do terreiro de candomblé Ilê Axé Oyá Bagan, onde acolhia e orientava muitas pessoas. Ela recebeu homenagens e manifestações de solidariedade de diversos políticos, entidades religiosas, organizações sociais e internacionais, que pediram justiça e rapidez na investigação do seu assassinato.

Ela já tinha falado com algumas autoridades sobre as ameaças que sofria por causa da sua atuação em defesa dos quilombos e do meio ambiente. Ela comunicou ao governo da Bahia, por meio da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, e também à presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, em julho deste ano. Ela relatou que era ameaçada por grupos de madeireiros que praticavam extração ilegal na região do Pitanga dos Palmares.

Uma das falas dela que ela dizia sobre as ameaças foi: "Eu não posso sair, minha casa toda cercada de câmeras". Ela disse isso em um encontro com a ministra Rosa Weber, em julho deste ano, quando denunciou a violência contra os quilombolas. Ela também falou sobre o descaso das autoridades e a falta de segurança efetiva para protegê-la.

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A resposta de Rosa Weber foi de lamento e cobrança. Ela disse que a morte de Bernadete Pacífico foi "um ato de violência inaceitável" e que o CNJ seguiria empenhado em cobrar das autoridades responsáveis o esclarecimento e a reparação do crime. Ela também lembrou que Bernadete Pacífico era uma "mulher de luta, que defendia os direitos das comunidades quilombolas e da cultura afro-brasileira".

A morte de Bernadete Pacífico foi um crime brutal e covarde, que chocou e indignou a sociedade brasileira e internacional. Ela era uma mulher forte, corajosa e inspiradora, que dedicou sua vida à luta pelos direitos humanos, pela cultura afro-brasileira e pela preservação da natureza. Ela deixou um legado de resistência e esperança para as comunidades quilombolas e para todos que acreditam na justiça e na paz. Que ela descanse em axé.🕊️

Compartilhado por: Nicolly R.

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